Mitos e verdades sobre radiologia

Publicado por: Redação
26/12/2014 19:35:07
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Courtesy Pixabay
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A Radiologia é um procedimento que sempre desperta curiosidade devido ao manuseio de equipamentos que utilizam os raios-x e raios gama para a produção de exames médicos. Muito se fala sobre o assunto, porém, pouco se conhece sobre a descoberta do físico alemão Wilhelm Röntgen, fazendo surgir crenças e mitos que, nem sempre, condizem com a realidade.

 

Descoberto em 1895, o procedimento radiológico deixou de ser apenas um trabalho de geração de imagens do corpo humano para se tornar uma importante ferramenta que auxilia a planejar diferentes etapas e procedimentos da área da saúde, fazendo com que os resultados finais sejam mais rápidos e precisos no que tange a melhoria do estado clínico do paciente.

 

Um dos mitos que cerca essa especialidade é sobre possíveis efeitos colaterais após a exposição aos raios num simples exame de rotina. Hugo Rosin, diretor executivo da DVI Radiologia, empresa especializada em diagnóstico por imagem em odontologia -, aponta quais são os mitos e as verdades do procedimento, esclarecendo algumas dúvidas bastante comuns:

 

1 - Existe algum risco que o paciente possa absorver ao adentrar um sala de exames de raio-x? O ambiente está 'contaminado' ou 'carregado' de radiação em função da realização de exames anteriores?
MITO. Em casos de raios-x de diagnóstico esse risco não existe, pois o tipo de radiação gerada nesses equipamentos é chamada de eletromagnética, ou seja, quando desligado da tomada o equipamento não emite mais radiação, ao contrário de equipamentos de radioterapia e medicina nuclear que tem elementos radioativos em seu interior.

 

2 - Não se pode utilizar espelhos no local onde o aparelho de raio-x está instalado, pois o disparo do laser pode mudar sua trajetória ao entrar em contato com o objeto?
MITO. Essa afirmação é absolutamente folclórica. Embora os raios-x tenham comportamento de onda em determinadas situações (como a luz), não podem ser refletidos por espelhos, pois estes refletem luz visível, que é uma onda com comprimento superior aos raios-x.

 

3 - A gestante não pode, em hipótese alguma, se submeter a uma radiografia, mesmo que seja uma radiografia periapical, rotineira na prática odontológica? O feto está suscetível a algum problema?

 


PARCIALMENTE VERDADE. A gestante pode se submeter a radiografias odontológicas desde que a região do útero esteja protegida adequadamente com vestimenta revestida de chumbo (plumbífera) para proteção do bebê. Cabe ao profissional, médico ou dentista, avaliar os riscos, ou seja, se o risco do exame radiográfico é menor do que o risco do não diagnóstico correto de qualquer enfermidade que também possa comprometer a saúde da mãe e do bebê. Entretanto, exposições aos raios-x, mesmo quando necessárias, são desaconselhadas no primeiro trimestre de gravidez.

 

4 - Os exames de ressonância magnética, ultrassom e raio-x emitem a mesma quantidade de radiação? A radiação fica acumulada no corpo do paciente após cada exame?

 


MITO. Ressonância magnética e ultrassom não emitem radiação. Além disso, os raios-x gerados pelos equipamentos de diagnóstico não ficam acumulados no corpo do paciente. A ressonância magnética obtém imagens através da emissão de forte campo magnético (não radioativo) que ativa moléculas de hidrogênio presentes na água e capta posteriormente a energia magnética liberada por essas moléculas; O ultrassom capta imagens através da reflexão de ondas acústicas (inaudíveis ao ouvido humano) emitidas por um transdutor (parte que vai em contato com o paciente) e portanto também não emitem raios-x.

 

5 - Existe muita falta de informação sobre os cuidados que envolvem o trabalho do radiologista. É verdade que o excesso de radiação pode causar infertilidade e estimular o aparecimento de células cancerígenas? A profissão pode ser considerada de risco?

 


PARCIALMENTE VERDADE. Os efeitos da radiação são cumulativos sobre as células dos seres vivos, e muitas doenças podem surgir da exposição acima dos níveis tolerados. Entretanto, graças à evolução dos equipamentos de raios-x e das técnicas de radioproteção, hoje em dia, na área de diagnóstico, esse risco ficou extremamente baixo, e o profissional da área possui benefícios extras por conta dos riscos à sua saúde, como tempo de aposentadoria reduzido e benefícios salariais como insalubridade e/ou periculosidade.

 

 

6 - Expor a área da cabeça e rosto causa algum dano à saúde durante a realização de algum exame de raio-x?
PARCIALMENTE VERDADE. Toda exposição aos raios-x causa danos, como por exemplo o câncer, mas dependendo da intensidade e duração da exposição os danos são reversíveis. Normalmente, o benefício do diagnóstico é maior que qualquer dano causado, então a exposição é justificada.

 

 

7- É verdade que existe um prazo mínimo recomendado (intervalo adequado) entre a realização de um exame de raio-x da face e um segundo exame que se fizer necessário?
PARCIALMENTE VERDADE. Exames odontológicos e de face tem dose de radiação relativamente baixa, se o benefício diagnóstico for maior, não há restrições nesse sentido.

 

 

8 - Máquinas de raio-x em aeroportos podem apagar ou danificar cartões de memória?
MITO. Não, pois os dados gravados em cartões de memória são mídias magnéticas que não são alteradas pelas ondas dos raios-x.

 



Hugo Rosin é diretor executivo da DVI Radiologia, cirurgião-dentista formado pela FORP-USP, especialista em radiologia pela FOP-UNICAMP e especialista em ortodontia pela FOAR-UNESP. Participou do programa O Aprendiz 5 - O Sócio, em 2008.

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