OMS condena países que vão avançar com terceiras doses da vacina. “É imoral”

Publicado por: Redação
20/08/2021 13:01:49
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Avião militar dos EUA transporta vacinas para Taiwan
Avião militar dos EUA transporta vacinas para Taiwan

Responsáveis da Organização Mundial de Saúde destacam a importância de os países ricos doarem as suas doses suplementares — destinadas ao reforço da imunidade dos cidadãos já vacinados — aos países pobres, alguns onde o pessoal do setor da saúde e os idosos não foram inoculados.

 

É uma mensagem que tem vindo a ser repetida pela Organização Mundial da Saúde tem vindo a repetir em inúmeras situações — e parece que o objetivo é partilhá-la até à exaustão até que os governos dos países mais ricos a ouçam. O organismo é contra a administração de terceiras doses da vacina contra a Covid-19 enquanto ainda existir um número substancial da população mundial sem acesso a primeiras doses — o que faz deste um processo “imoral“.

 

“Estamos a planear distribuir coletes salva-vidas extra para pessoas que já os têm enquanto deixamos outras pessoas afogarem-se sem terem um único colete para salvar a sua vida”, afirmou Mike Ryan, diretor do programa de emergência de saúde da OMS, citado pelo The Guardian. O responsável realçou ainda que a “realidade ética fundamental” leva a condenar a opção de países como os Israel ou a França ao mesmo tempo que se deixa “milhões e milhões de pessoas sem nada para as poder proteger”.



A OMS emitiu esta posição antes das autoridades dos Estados Unidos terem anunciados que todos os cidadãos vacinados serão elegíveis para receber a terceira dose de reforço contra a Covid-19 a partir de 20 de setembro, desde que tenham tomado as duas doses anteriores há mais de oito meses, com os profissionais de saúde e idosos a usufruírem de prioridade. A decisão justifica-se com a diminuição do imunizante contra o novo coronavírus ao longo do tempo.

Segundo o Expresso, a OMS pediu, no início de agosto, uma moratória nas terceiras doses, de forma a conseguir um maior equilíbrio face à desigualdade que continua a existir entre países ricos e pobres no acesso às vacinas — no caso dos últimos, há ainda trabalhadores do setor da saúde e idosos sem uma única dose.

 

Apelo às farmacêuticas

Esta quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde também apelou à farmacêutica Johnson & Johnson para que deixe de exportar as suas vacinas produzidas na África do Sul para países ricos, de forma a combater a escassez nos territórios mais pobres. “Instamos a J&J a dar prioridade urgente à distribuição de vacinas em África antes de pensar em fornecer países ricos que já têm suficientes“, disse o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa.

 

Citado pela agência noticiosa Efe, o dirigente também pediu à farmacêutica suíça Roche que partilhe a sua tecnologia e informações relacionadas com o “tocilizumab“, fármaco que a OMS recomendou em junho para o tratamento dos casos mais graves de Covid-19. “Pedimos que seja distribuído de forma equitativa“, afirmou.

 

Ainda sobre a distribuição pouco equitativa das vacinas contra o novo coronavírus — apesar dos sucessivos apelos da OMS — Ghebreyesus, afirmou que “atualmente, apenas 10 países administraram 75% de todas as vacinas e os países de rendimentos baixos apenas vacinaram 2% da sua população”.

 

Fonte: ARM, PlanetaZAP //

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