Terapias alternativas que podem ajudar o seu animalzinho

Publicado por: Redação
18/01/2023 15:36:22
Exibições: 205
Cadelinhas Pedrita & Cacau. Foto Rodrigo Santos
Cadelinhas Pedrita & Cacau. Foto Rodrigo Santos

Terapias complementares como Musicoterapia, Cromoterapia, Acupuntura, Florais, Cannabis, dentre outras, podem trazer um bem enorme para os animais, além de reduzir os efeitos colaterais de remédios convencionais.

 

“Janeiro Branco” é o mês dedicado à construção de uma cultura da Saúde Mental na humanidade. Momento de olhar para o equilíbrio, e isso também envolve a saúde mental de nossos cães, gatos e demais pets.

 

Musicoterapia, Cromoterapia, Acupuntura, Florais, Cannabis, dentre outras terapias, podem trazer um bem enorme para a saúde física e psíquica dos animais. O equilíbrio do sistema circulatório e o alívio de doenças como depressão e pressão alta, além de ansiedade, insônia, febre, distúrbios digestivos, displasia e dores crônicas, estão no escopo de problemas que podem ser reduzidos ou evitados por estes tratamentos complementares (“complementares” pois podem ser feitos juntamente com as medicações ou como alternativas a elas, buscando resultados mais efetivos ou a redução dos efeitos colaterais proporcionados pelos alopáticos).

 

O adestrador e especialista em comportamento animal Cleber Santos, que trabalha na área de creche e hotel canina há mais de 10 anos, foi o pioneiro a inserir a musicoterapia para cães no Brasil, que é hoje o terceiro país com mais pets no mundo.

 

Em 2013, em especialização no Canadá, Cleber absorveu conhecimento de como essas terapias podem auxiliar o trabalho de um adestrador ou dono de creche. Mesmo sem conhecer outro modelo no Brasil, investiu na época no serviço de Musicoterapia, reproduzindo com os alunos caninos o que havia experenciado lá fora. “Isso ajuda muito a rotina, porque preciso que o animal esteja relaxado e concentrado para absorver comandos de treinamento – e as terapias agem com excelência nessa área do foco. Fora isso, como lidamos com diferentes raças em uma estrutura de hospedagem e day care, preciso ter a técnica necessária para saber acalmar aquele cão estressado ou arredio para que ele faça parte do dia a dia com os demais hóspedes”, explica Santos.

 

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Glasgow e a Sociedade Escocesa de Prevenção de Crueldade Animal (Scottish SPCA) com cachorros de centros de abrigo, apontou uma diminuição do estresse dos animais após ouvir o reggae, junto ao soft rock. Esse e outros estudos reforçam o impacto significativo da música nos animais. Quem nunca ouviu falar das vacas que aumentam sua produção de leite ao som de Beethoven?

 

Como funciona cada terapia?

A Musicoterapia para animais pode ser feita diariamente. Geralmente, eles recepcionam bem sons de piano, sax e violino, ao contrário de sons agudos, metálicos e de percussão. Porém, quando o animal é apático ou medroso, é preciso desenvolver algum outro estímulo de som. A altura da música deve ser levada em conta. Enquanto os humanos captam sons com até 20 e 20.000 hertz, os cães - por exemplo - são capazes de captar entre 26 e 40.000 hertz.

 

“Em nossa rotina no hotel, reunimos em torno de 20 cães todos os dias por 40 a 60 minutos, sempre depois do almoço, para as sessões de Musicoterapia. Nesse momento, também incorporamos a Cromoterapia”, explica Santos.

 

Na Cromoterapia, luzes coloridas iluminam a sala, preparada para as duas finalidades. “O relaxamento é tanto, que cães que já frequentam a sala há muito tempo, se dirigem sozinhos para lá quando dá o horário e se deitam nas caminhas que ficam prontas no local”, conta.

 

Geralmente, nos cães, as sessões começam a fazer efeito na 12ª execução. E os resultados são visíveis. “Há cães que chegam para a convivência muito agitados, arredios, pulando, incomodando outros. Passadas duas semanas, já estão dormindo com os outros pets”, diz Cleber.

 

Cannabis

O uso de Cannabis para pets tem avançado muito, da mesma maneira que na medicina humana, uma vez que a Cannabis pode agir como um complemento importante em tratamentos que não estão atingindo resultado. Isso porque atua diretamente no sistema endocanabinóide, por meio de diversos receptores, principalmente o CB1 e CB2 no Sistema Nervoso Central (SNC) e no Sistema Nervoso Periférico (SNP). Os benefícios do tratamento abraçam o alívio de dores e inflamações e o equilíbrio da pressão intraocular e da energia do pet. Também é indicado para alteração comportamental e distúrbios psicossomáticos, como ansiedade, agressividade, medo, depressão e pânico. Patologias mais sérias também são tratadas com óleo de Cannabis. São elas: câncer, artrose, epilepsia, esclerose tuberosa, entre outras.

 

A veterinária Jaqueline Marcello, parceira de Santos nos acompanhamentos de cães, prescreve tratamentos com Cannabis desde 2020, e relata que a substância possui ampla indicação, promovendo qualidade de vida e bem-estar ao paciente. A forma mais utilizada é o óleo, por via oral. Dependendo da apresentação do óleo, a dosagem pode ser em gotas ou em miligramas. “Na consulta, realizamos a avaliação do quadro, junto com uma avaliação física e a solicitação de exames para entender se o fitoterápico seria indicado. Caso seja, a prescrição e a proporção da dose são pensadas de acordo com o que o animalzinho apresenta, se possui mais de uma comorbidade ou se faz algum outro tratamento conjunto”, ela explica. Além disso, é preciso assinar um termo de consentimento estando ciente de todas as informações passadas em consulta.

 

O cãozinho Stark, é um dos casos de sucesso do uso de fitoterápicos, incluindo a planta Cannabis, para tratamento comportamental. Fernanda Alves e Diego Fonseca, donos de Stark, procuraram Cleber Santos em 2021 para que ele acompanhasse o caso. Stark tinha um temperamento forte, e teve pouca socialização com pessoas e outros animais em seus primeiros anos de vida. Quando uma nova cachorrinha chegou na família, os tutores passaram cerca de 1 ano numa convivência difícil entre os dois cães.

 

A pequena Pedrita (no destaque) ao lado de sua “irmã” Cacau

“Resolvemos entrar com fitoterápicos chineses para equilibrar as emoções do Stark e tivemos bons resultados: conseguimos socializar os cães, que já conseguiam ficar no mesmo ambiente, mas ainda sem contato”, conta Fernanda. Percebendo que não havia mais evolução, decidiram tentar o fitoterápico à base de Cannabis. “Em torno de dois meses e meio tivemos resultados. Com o acompanhamento da veterinária e do adestrador (que é extremamente necessário em casos comportamentais), ele hoje convive em harmonia com a "irmã" canina, ficando tranquilo num mesmo cômodo mesmo sem a nossa presença”, comemora.

 

Terapia Floral e Acupuntura

Com a prescrição de um veterinário ou profissional qualificado para realizar o tratamento, é possível tornar acessível terapias com florais e acupuntura. Sobre os florais, mais popularmente conhecidos, muitas vezes eles são receitados tanto para o dono quanto para o cachorro.

 

Falando sobre Acupuntura, todos os pets podem vivenciar a experiência desse método milenar. Muitos perguntam como segurar um cão ou gato em uma sessão de agulhadas. O especialista explica: “A chave é o condicionamento. Muitos animais não deixam na primeira, nem na segunda. Mas, com paciência, eles vão relaxando. E vale muito a pena. A contribuição nos processos regenerativos é significativa, assim como na recuperação de cirurgias ou tratamentos para paralisias, AVCs, convulsões, tendinites, gastrites, cistites e para amenizar sintomas da quimioterapia”, explica Cleber.

 

Santos completa que todas essas terapias não possuem um prazo definido. Ele salienta que para muitos tratamentos, a média é de seis meses e, em casos complexos, é necessária a continuidade.

 

Sobre Cleber Santos:

Cleber Santos é especialista em comportamento animal, palestrante, creche e hotel especializado em adestramento e comportamento animal. 

 

Imagens de notícias

Tags:

Compartilhar

Vídeos relacionados

Comentários